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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Peritos criminais do Estado atuam "à base de prancheta"



 VERGONHA!!!


Aparelho milionário que faz comparação balística está com defeito e encostado

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"Temos uma perícia criminal que trabalha praticamente à base de prancheta, caneta e máquina fotográfica". Esse relato, de um servidor da Polícia Civil, expõe as condições de trabalho que os peritos do Instituto de Criminalística (IC) do Estado, departamento responsável pelo levantamento de provas científicas (como análises em locais onde ocorreram homicídios e acidentes de trânsito, por exemplo), estariam enfrentando. Profissionais ouvidos pela reportagem denunciam a carência de estrutura, o que compromete as investigações. Faltam alguns insumos e até motoristas para auxiliar nos trabalhos. As dificuldades se agravam no interior, onde os recursos são mais escassos.

De acordo com um perito com mais de 20 anos de carreira, que preferiu não se identificar, um dos principais problemas envolve o estoque da chamada Polícia Técnico-Científica. A demora na reposição dos materiais faz com que os investigadores trabalhem sem produtos básicos, como pós e reagentes químicos para a coleta de impressões digitais. "Se a pilha da lanterna acaba, precisamos colocar a mão no bolso para comprá-la. Senão, ficamos sem ter como trabalhar. É difícil porque tem dia em que tem material, no outro, não", afirma.

Já um representante de uma empresa fornecedora de equipamentos para a polícia de Minas conta que um aparelho para comparação balística foi adquirido por R$ 2 milhões, mas está encostado por ter apresentado defeito em uma peça. O instituto ainda não possui ferramentas importantes como câmaras de disparo e de vaporização, utilizadas para revelar impressões digitais. "Eles trabalham com uma estrutura muito precária e com poucos recursos tecnológicos", diz o representante, que pediu para ter a identidade preservada.

Um perito com quase 30 anos de atividade afirma que o Ministério da Justiça destinou 160 maletas providas de vários dispositivos para a Polícia Técnico-Científica mineira, mas poucas chegaram às mãos dos profissionais. Elas contêm lanternas com luzes especiais, trena a laser, óculos, máscaras de gás, pincéis, máquinas fotográficas e GPS. Ele prefere não ser identificado por temer retaliação.

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado (Sindpecri), Wilton Ribeiro de Sales, confirma os muitos problemas e diz que a solução seria um investimento maior em perícia. "O que nós buscamos é 20% do orçamento da Polícia Civil para a perícia e autonomia para nós mesmos administrarmos esse orçamento", afirma. Atualmente, segundo o sindicato, cerca de 1% da verba da corporação é destinada à criminalística.

Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), Denílson Martins, a falta de efetivo ainda é o principal problema do IC. "Temos 853 municípios e pouco mais de 400 peritos. Com essa carência, a resolução de crimes não chega a 6%". 
Publicado no Jornal OTEMPO em 03/12/2012

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