PMs são presos depois de flagrados por câmera liberando suspeitos de homicídio, em São Gonçalo
Os cabos Rodrigo dos Santos Souza e Marcos Aurélio da Conceição Soares, ambos lotados no 7º BPM (São Gonçalo), foram presos, na noite desta segunda-feira, seguindo uma decretação da Auditoria de Justiça Militar. Os dois são acusados de permitir a fuga de Cleber Porfírio de Souza, o Clebinho do Mutuapira, e de outro homem ainda não identificado, pouco depois de um homicídio (ocorrência para a qual foram chamados). Os PMs são acusados ainda de falsificarem o Talão de Registro de Ocorrência (TRO) do caso.
Embora tenham registrado que os suspeitos trocaram tiros com eles e fugiram, imagens de câmeras de segurança flagraram os policiais abordando a dupla, conversando tranquilamente com eles e ainda os liberando. Clebinho do Mutuapira sai do local, inclusive, dentro da viatura.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, por volta de 14h30 do dia 7 de outubro deste ano, a polícia foi chamada depois que Silvio Gabriel Guimarães foi morto e Wagner da Conceição Rangel foi baleado, no bairro Parque Lindo, em São Gonçalo. A cinco minutos do local do crime, os dois PMs conseguiram abordar os suspeitos, que estavam em um Fiat Uno, na Rua Rosalino Barbosa.
Eles saem do carro e conversam com os cabos. Rápida e tranquilamente, os dois saem dali. O homem não identificado sai no próprio Fiat Uno, que é seguido pela viatura da PM, onde estão os policiais nos bancos da frente e Clebinho, sentado atrás.
O promotor Bruno dos Santos Guimarães considerou que os policiais "possuíam completa noção e intenso dolo em suas respectivas condutas já que para justificar a situação inusitada afirmaram ter ocorrido a fantasiosa troca de tiros". O promotor, na denúncia, ainda afirma que "toda a farsa montada pelos denunciados fica evidente com a observação do vídeo":
- Com certeza eles saíram dali para garantir o recebimento da propina. Eles não fariam um favor desses de bobeira - opina o promotor.
Os cabos Rodrigo dos Santos e Marcos Aurélio da Conceição foram denunciados pela fuga da dupla e por falsidade ideológica no registro. Na decisão, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar, afirma que a "custódia cautelar dos acusados é imprescindível como garantia da ordem pública, sendo necessário preservar a sociedade de São Gonçalo contra o prosseguimento desse tipo de conduta delituosa".
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